El nudo en la garganta, lo que veo, lo que escucho, lo que siento y no puedo expresar.
Voz encarcelada es un intento ensayista, una preocupación con el futuro de la humanidad, una apología a la libertad y una manera de ver la vida.
Es poner en señales gráficos lo que uno no puede poner en el habla...

sexta-feira, 15 de julho de 2011

JOSÉ
Carlos Drummond de Andrade

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio – e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Sonhos...
As vezes não parece justo que alguns tenham todos os seus sonhos realizados, enquanto outros vivem à espera de um milagre...
Mas, não existe sonho na espera...
Para a realização de um sonho é preciso arregaçar as mangas, deixar certos conceitos para traz e correr em busca...
Esperar, é para aqueles que não sonham o suficiente...
Cada coisa acontece no momento que deve acontecer...
Quando algo está por vir, não basta esperar que venha, é preciso sentir e buscar o desconhecido...
Conhecimento, pensamento, sentimento...
Como a alma pode ser tão imensa?

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Como considerar boa ou a educação que se dá?
Existem tantas percepções sobre este assunto que fica difícil opinar, ainda mais para alguém que não tem filhos, como eu. O fato é que muitas vezes fico apavorada com a velocidade do mundo e sua falta de valor. Ao longo de meus 24 anos vejo o mundo tão diferente, percebo coisas que realmente, não entendo como puderam tornar-se como estão.
Depois que os psicólogos e psiquiatras viraram os médicos "gerais" e a partir do momento em que foi efetuada a descoberta de que os nossos pais, e os pais deles sucessivamente, nos reprimiam para educar-nos, o mundo se transformou. Tornou-se mais frágil, menos sadio...
Me preocupa demais o futuro destas novas gerações, a falta de maturidade de certos pais e a pouca exigência que se faz quando a questão é olhar para o outro e não somente para si mesmo.
Esta forma individualista de cada ser humano presente às gerações atuais, tem transformado até mesmo o gênero FAMÍLIA em algo sem importância, sem valor.
Sinto as bases da educação, respeito e dignidade cambaleando...
Logo, logo, pode cair...
E, o que posso fazer para mudar isso?
O mundo está funcionando desta maneira, ou você aceita o que está proposto, ou você mantém sua percepção e o nó na garganta por sentir-se impotente diante de tanta novidade.

domingo, 23 de maio de 2010

As vezes fico agoniada com certas coisas que vejo, me sinto tão incompetente por simplesmente permanecer nas idéias e encontrar-me de mãos atadas e, principalmente, privando a esta voz que vem de dentro.
Vejo que a intenção do mundo é que você realmente não tenha oportunidade para este tipo de manifestação, apesar de toda esta agitação, o mundo está se calando, a gente está se calando e permitindo este cárcere...
Provavelmente, pouca gente vai concordar, ou sequer gastar o seu tempo lendo minhas idéias filosóficas, mas já não posso calar... Preciso deixar que minha "voz encarcelada" tenha uma breve aspiração à liberdade... Preciso acreditar que a humanidade ainda tenha um futuro, ainda tenha uma forma de resgate... Preciso apegar-me a um fio, a um frágil fio, de esperança...